Apneia do sono aumenta risco de morte súbita, diz estudo


Apneia do sono aumenta risco de morte súbita, diz estudo

Irregularidade do sono pode causar uma parada cardíaca fatal

De acordo com dados do Ministério da Saúde, 33% da população brasileira sofrem de apneia do sono. No entanto, a grande maioria nem sabe que tem a doença, já que somente um exame é capaz de diagnosticá-la. Por causar a parada da respiração diversas vezes durante o sono, ela pode também prejudicar a saúde do coração. Um novo estudo vai ainda mais fundo nessa relação: pesquisadores da Mayo Clinic Sleep Disorders Center, nos Estados Unidos, detectaram que quem tem apneia do sono apresenta risco elevado de morte súbita por causa cardíaca.

Os resultados foram publicados no dia 11 de junho na versão online do Journal of the American College of Cardiology.

A morte súbita por causa cardíaca afeta cerca de 450.000 pessoas por ano nos Estados Unidos e acontece quando o coração para de bater abruptamente devido a alterações dos impulsos elétricos cardíacos, que causam arritmias.

Participaram do estudo 10.000 homens e mulheres com idade média de 53 anos – 7.300 deles foram diagnosticados com apneia do sono. Durante um acompanhamento de 15 anos, 142 dos participantes tiveram parada cardíaca súbita, que pode ser fatal ou reanimada. Os pesquisadores encontraram que a associação entre apneia do sono e morte súbita por causas cardíacas mesmo quando considerados outros fatores de risco.

Segundo os pesquisadores, três condições estão entre os principais fatores de risco para morte súbita cardíaca: ter 60 anos ou mais, ter 20 episódios de apneia por hora de sono, ter níveis baixos de oxigênio no sangue. Se os níveis de oxigênio circulante no sangue estivessem em 78% ou menos (números normais giram em torno de 95-100%), o risco aumentava em 80%.

Os cientistas dizem que não sabem especificar a causa dessa relação, pois existem várias explicações possíveis. Como exemplo: a apneia do sono está relacionada ao tipo de arritmia que causa morte cardíaca súbita.

Diagnóstico da apneia do sono 

O diagnóstico da doença é feito através da polissonografia, um estudo monitorado do sono: ela é determinada caso a parada da respiração dure dez segundos ou mais e aconteçam pelo vezes cinco vezes durante cada hora de sono. Os especialistas no assunto sugerem que a apneia do sono está cada vez mais incidente em função da epidemia mundial de obesidade.

Problemas que a irregularidade do sono causa à saúde 

Excesso de trabalho, estresse, insônia, acúmulo de tarefas e distúrbios do sono são alguns dos vilões mais comuns de uma boa noite de descanso. Dormir menos que o recomendado (6 a 8 horas em média) ou acordar diversas vezes durante a noite em decorrência de distúrbios como apneia do sono e insônia pode causar mais malefícios ao organismo do que imaginamos. Quer descobrir como a falta de sono afeta o seu corpo? Confira os que os especialistas dizem sobre o assunto:

Impede a conservação da memória

“O sono é uma etapa crucial para o cérebro transformar a memória de curto prazo relevante em memória de longo prazo”, afirma o neurologista André Felicio, da Academia Brasileira de Neurologia. O especialista explica que, durante a noite, o cérebro faz uma varredura entre as informações acumuladas, guardando aquilo que considera primordial, descartando o supérfluo e fixando lições que aprendemos ao longo do dia. “Por esse motivo, quem dorme mal costuma sofrer para se lembrar de eventos simples, como episódios do dia anterior ou nomes de pessoas próximas”, diz.

Afeta o emagrecimento

Durante o sono nosso organismo produz a leptina, um hormônio capaz de controlar a sensação de saciedade ao longo do dia. Por isso, pessoas que dormem pouco produzem menores quantidades desse hormônio. Além disso, quem tem o sono restrito produz mais quantidade do hormônio grelina, que provoca fome e reduz o gasto de energia. “A consequência é a ingestão exagerada de calorias durante o dia, pois o corpo não se sente satisfeito”, explica a endocrinologista Alessandra Rasovski, da Sociedade Brasileira e Endocrinologia e Metabologia. Segundo um estudo feito na Universidade de Chicago, pessoas que dormem de seis a oito horas por dia queimam mais gorduras do que aquelas que dormem pouco ou tem o sono fragmentado. A pesquisa afirma que a falta de sono reduz em 55% a queima de gordura.

Enfraquece a imunidade

É durante o sono que acontecem diversos processos em nosso organismo, dentre elas a produção de anticorpos. De acordo com um estudo da Universidade de Chicago (EUA), dormir pouco reduz a função imune e o número de leucócitos, células responsáveis por combater corpos estranhos em nosso organismo. Segundo a pesquisa, quem dormia quatro horas por noite por uma semana tinham os anticorpos reduzidos pela metade, quando comparados aqueles que dormiram até oito horas.

Altera o funcionamento do metabolismo

As mudanças no ciclo do sono podem atrapalhar a síntese dos hormônios de crescimento e do cortisol, já que ambos são produzidos enquanto dormimos. “Os maiores efeitos dessa deficiência são despertar cansado, a dificuldade de raciocínio e a ansiedade, que podem interferir na realização de tarefas do cotidiano, levando a problemas como déficit de atenção, acidentes de trânsito, indisposição física, irritabilidade e sonolência”, diz a endocrinologista Alessandra.

Leva ao envelhecimento precoce

Durante o sono, produzimos hormônios “rejuvenescedores”, como a melatonina e o hormônio do crescimento. “Esses hormônios exercem funções reparadoras e calmantes para a pele, e a falta de sono impede que o corpo descanse adequadamente”, afirma a endocrinologista Alessandra. Os maiores resultados disso são uma pele sem viço e com olheiras. O estresse provocado pela falta de sono também favorece o aparecimento de rugas.

Interfere na produção de insulina

Pessoas com diabetes que tem um sono insuficiente desenvolvem uma maior resistência insulínica, tornando o controle da doença mais difícil. É o que afirma um estudo feito pela Northwestern University, dos Estados Unidos. Os pesquisadores concluíram que portadores de diabetes que dormem mal tinham 82% mais resistência à insulina que os portadores com sono de qualidade. Além disso, a falta de sono adequado pode favorecer o aparecimento de diabetes tipo 2 em quem não tem a doença. “É durante o sono que o corpo estabiliza os índices glicêmicos, por isso quem não tem um sono de qualidade sofre com o descontrole do nível de glicose, podendo desenvolver diabetes”, explica a endocrinologista Alessandra.

Desregula a pressão arterial

A neurologista Rosa Hasan, responsável pelo Laboratório do Sono do Hospital São Luiz, explica que a dificuldade em descansar durante a noite é equivalente a um estado de estresse, aumentando a atividade da adrenalina no corpo. “Uma noite mal dormida deixa o organismo em estado de alerta, aumentando a pressão sanguínea durante a noite”, explica a especialista. Ela afirma que com o tempo essa alteração na pressão sanguínea se torna permanente, gerando a hipertensão.

Afeta o desempenho físico

“Um sono incompleto é uma das principais causas de fadiga ou baixo desempenho motor”, afirma o neurologista André. Quando dormimos profundamente e sem interrupções, nosso corpo começa a produzir o hormônio GH, responsável pelo nosso crescimento, e que começa a ser sintetizado só 30 minutos depois de começarmos a dormir. “O hormônio do crescimento tem como funções ajudar a manter o tônus muscular, evitar o acúmulo de gorduras, melhorar o desempenho físico e combater a osteoporose”, explica a endocrinologista Alessandra.

Prejudica o humor

“A falta de sono faz com que o cérebro não descanse plenamente, prejudicando a comunicação entre os neurônios”, explica o neurologista André. E os neurônios são os responsáveis por produzir os neurônios relacionados ao nosso bem-estar, como a serotonina. “Por isso que um sono deficiente impacta o nosso bom-humor de forma direta, podendo até favorecer quadros de depressão.”

http://www.minhavida.com.br




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