Sono dos atletas brasileiros recebe atenção especial


Sono dos atletas brasileiros recebe atenção especial

Manter a boa forma física, a concentração, obter bom desempenho tático e técnico, revelar sua paixão pelo futebol, ter garra, determinação, habilidade e equilíbrio. Esses foram os
principais desafios da equipe brasileira que disputou os jogos da Copa do Mundo 2018, na Rússia. Entretanto, um fator foi determinante para garantir o bom rendimento em campo: a
qualidade do sono. O desafio passou a ser ainda maior, frente à mudança considerável de fuso horário, capaz de bagunçar todo o relógio biológico e prejudicar o sono.

De acordo com o Prof. Dr. Mario Pedrazzoli, biólogo, Chefe do Laboratório de Cronobiologia Molecular, Comportamental e Epidemiológica da Escola de Artes, Ciências e Humanidades da
Universidade de São Paulo (USP), os problemas de sono que mais se manifestam com essa alteração de fuso horário são: insônia à noite e sonolência excessiva diurna. Dor de cabeça e
problemas intestinais são sintomas que também podem surgir. “Quando mudamos de fuso horário, o ciclo claro/escuro (noite/dia) se desloca no tempo, ou seja, o nascer e o pôr do sol
acontecem em outros momentos relativos ao local de origem.

Como o sistema de temporização circadiano (relógio biológico) é um sistema que antecipa esse ciclo da natureza, essa capacidade fica prejudicada de forma que o sono ou a vigília pode acontecer dessincronizado com a noite e com o dia, respectivamente”, explica o especialista.

Os efeitos costumam ser piores quando se viaja do Oeste para o Leste. Isto é, do Brasil para países da África, Europa e Ásia. As consequências são menores na viagem de volta para casa. “A
adaptação, ou ajuste temporal, depende muito dos padrões do claro/escuro nos locais de origem e chegada. Quanto mais diferente, mais difícil a adaptação. Por exemplo, alguém que
saiu de Porto Alegre e foi a São Petersburgo (Rússia), em julho de 2018, para ver a Copa, mudou de um dia iluminado com duração de sete horas para um dia de 18:30 horas”, esclarece.

Em relação aos atletas, Dr. Mario acredita que ficaram dessincronizados temporalmente. “Esse aspecto potencialmente perturba o sono, fragmentado-o, por exemplo. Isso pode estar associado à possível diminuição no desempenho durante os jogos e lesões”, comenta.

A CBF distribuiu Cartilha do Sono para os atletas

O descanso dos atletas foi uma das principais preocupações da seleção brasileira fora do campo. Para orientar os convocados da seleção, a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) organizou uma cartilha do sono, com algumas recomendações. A primeira recomendação foi manter o ambiente calmo, com o ar-condicionado na temperatura entre 21ºC e 23ºC e com uma roupa de cama que não aquecesse muito o atleta. Com isso, o organismo não atinge o nível de repouso ideal caso o corpo sinta frio ou calor. A cartilha incluiu, por exemplo;dicas; de como fechar a cortina para obstruir por completo a entrada de luz, desligar a luz LED de todos os aparelhos eletrônicos e também do ar-condicionado.

“As recomendações foram bem elaboradas. Com relação às cortinas, destaco que deveria haver um horário fixo para o time abrir e deixar o sol entrar, o que contribui para um efeito sincronizador”, comenta o Dr. Mário.

Revista Sono, Associação Brasileira do Sono, Edição 14, abril/maio/junho 2018,

 




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