COMO O SONO AFETA O SISTEMA IMUNOLÓGICO?


COMO O SONO AFETA O SISTEMA IMUNOLÓGICO?

Não é exagero: mesmo uma única noite mal dormida já pode influenciar negativamente na resposta imunológica do corpo

Sono e imunidade andam lado a lado. Até mais do que se pode imaginar. Enquanto se dorme, o sono age sobre a função regulatória da resposta imunológica tanto inata quanto adaptativa, além de modular a ativação de células ‘de defesa’, como os linfócitos T e B, e também na liberação de citocinas pró e anti-inflamatórias. Com os prejuízos causados à qualidade e quantidade do sono em casos de distúrbios, ocorre também o comprometimento dos estímulos ao sistema imunológico quando há um desafio infeccioso e nas vias de sinalização inflamatória. “Como resultado, os distúrbios do sono tornam o organismo mais susceptível a doenças infecciosas devido a uma resposta imunológica inadequada de combate a patógenos ou agentes infecciosos”, explica a doutoranda em Psicobiologia pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e membro da diretoria da ABS, Dra. Lenise Kim.
A especialista explica que a privação de sono, por exemplo, causa comprometimentos à reposta imunológica e aumenta as concentrações de citocina pró-inflamatórias. “Os indivíduos com redução no tempo total de sono noturno possuem um risco elevado de desenvolverem doenças infecciosas, como pneumonias e gripes”, alerta Dra. Kim, que também aponta os riscos à saúde a longo prazo. “A inflamação causada pela privação de sono também está frequentemente associada à incidência e recorrência de diferentes tipos de câncer, como os de mama, pulmão e próstata, e a doenças cardiovasculares”, ressalta.
Engana-se quem pensa que o período de privação de sono precisa ser longo para expor o corpo humano a esses riscos. “Não existe uma estimativa de tempo em que o organismo se torna mais ou menos exposto a essas doenças”, afirma a pesquisadora, ao explicar que, em muitos estudos, uma única noite de privação de sono ou até mesmo a restrição de sono, ou seja, a redução no tempo total de sono é capaz de alterar as respostas imunológicas.
Dra. Lenise cita, ainda, estudos como o publicado no periódico científico JAMA, em 2002, que indica o comprometimento da eficácia de vacinas como da Influenza A em pacientes com restrição de sono na noite anterior à imunização. Cerca de 50% dos pacientes apresentou redução na resposta imunológica quando comparados àqueles em condições normais de sono.
Outro estudo, de 2003, publicado na Psychosomatic Medicine aponta que a privação de sono também é um fator que leva a uma redução na produção de anticorpos após a vacina da Hepatite A.
Estudos mais recentes apontam outros danos à saúde, como maior risco para o desenvolvimento de asma neutofílica em pacientes alérgicos (Nunes e colaboradores, J Allergy Clin Immunol 2017, S0091-6749:31105-3) e, até mesmo, depressão (Irwin, Annu Rev Psychol 2015, 66: 143–172). “Foi observado que a privação de sono foi um fator que levou ao influxo de neutrófilos e liberação de citocinas pró-inflamatórias no pulmão, sugerindo que uma pior qualidade de sono possa ser um fator de risco para a doença”, pontua a especialista “A inflamação causada pela privação de sono também está frequentemente associada à incidência e recorrência de diferentes tipos de câncer, como os de mama, pulmão e próstata, e a doenças cardiovasculares”.




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